25 de dezembro de 2010

Do que antes eu não conseguia nem sequer pensar, do que eu me recusava a aceitar e só o fato de me perguntarem já me ofendia...

Preciso, sim eu preciso falar de saudade, não de saudade do que se foi ou mesmo saudade de um tempo bom, mas uma saudade diferente, saudade de um sentimento gostoso, de uma coisa que não consigo explicar e não sei se conseguirei sentir novamente, porque nem sei se quero sentir novamente com outra pessoa. Sempre achei que saudade era uma coisa boa, porque se eu sinto, foi importante. Até a hora que a saudade doeu como não deveria doer, até eu querer parar de sentir e o sentir ser maior que a vontade de parar. Sem nexo? É...

Eu me atrevo a dizer que é uma saudade de coisa alguma mistura com tudo o que de bom eu vivi nesses dias. Me atrevo falar que é um sentimento gostoso de lembrar e querer mais e ter a certeza que o mais um dia vai chegar. Eu me atrevo a ter a certeza de que o que eu sinto e o que eu quero é o mesmo que do outro lado se sente e se quer, porque um dia foi assim, os sentimentos estavam ligados e me atrevia a adivinhar como estava do outro lado, se chovia ou fazia sol. Mas o tempo estava sempre nublado.

Não era um nublado de saber se vai chover ou de olhar e dizer que logo o tempo vai abrir e o sol vai aparecer, era um nublado de se trancar em casa sem saber o que esperar, com medo de se molhar e sem vontade de ficar queimado do sol. Eram certezas nos sentimentos e incertezas nas ações, exatamente como o tempo nublado. Era de ficar quieto esperando, ficar olhando pra ver onde e quando isso vai acabar, mas aí não deu tempo.

Na verdade não foi o tempo que acabou, o que não durou foi minha paz, meu sangue frio, meu estômago pra enfrentar certas coisas. Na verdade o que acabou foi minha vontade de sofrer mais e mais. Os choros foram duplicados, as promessas foram de ambos os lados, as expectativas eu já não sei. O cuidado foi demais, me doei, me entreguei, fiz o que geralmente faço multiplicado por dez, fui o que geralmente sou com a certeza que poderia ser o que fosse, como nunca fui antes.

Foi loucura sabe, que depois disso tudo, de tanto choro e vela eu nem posso dizer que valeu a pena de verdade, eu nem posso dizer também que foi perda de tempo e que me arrependo, nem posso dizer também que não me arrependo, não posso dizer nada porque não sei o que aconteceu de verdade. De tudo oque chegou aos meus ouvidos, de tudo o que ouvi, tudo o que vi, tudo o que aconteceu depois eu só tenho um sentimento que define: Decepção.




Decepção é sentimento?




2 comentários:

Nany Damasceno disse...

Decepção é sentimento sim!
E está entre os piores: Amor e Ódio!

Adriano Coelho disse...

Cara, eu lhe entendo. Não de forma completa, pois cada um passa por coisas diferentes. Mas até onde o nosso sentimento pode ter sido similar, lhe entendo. Passei pelo mesmo, passamos, na verdade, por isso eu digo, não encare como decepção, pois naquele momento nos entregamos, pois acreditávamos. Encare digamos como auto-conhecimento para que nos próximos possamos passar sem nos machucar nessas situações.
Com o tempo passamos a avaliar as situações e vemos que as vezes não valeu a pena, mas valeu a pena, para nós conhecermos melhor e termos noção de como é o sentimento. Sucesso aí pra você e por mais que as pessoas me dissessem que isso passaria e eu não acreditava, mas saiba que passa sim, tudo passa!