8 de abril de 2012

Há, do verbo não deveria haver


Do que adianta existir o sentimento se não adianta sentir, se não é suficiente existir?
Do que basta a vontade se a possibilidade é uma fantasia?
É como rodar em volta de si mesmo, pensando estar saindo do lugar.
É não ver que na verdade o que existe ali é outra coisa e não vontade, ao menos não "aquela vontade".

Há, mas não deveria haver, já não convém existir.
Deveria ser fácil decidir não sentir, poderia ser exatamente assim como é fácil falar que não há.
Deveria ser fácil, deixar de existir pra que alguém não existisse pra um outro alguém.
Mas há sempre um espaço vazio, há sempre um algum que não se encaixa no um.

Um buraco sem fim, sem fundo, mas com queda macia.
Estranho? Mais estranho é cair pra sempre e nem sentir o vento no rosto.
Anestesia, dopamina, complexo vitamínico útil pra aliviar a dor, o remédio perfeito.
O que é? Fingir que nada aconteceu.

"Não sei ser objetivo quando nem sei do que estou falando, geralmente não funciono muito bem assim, mas ultimamente tem dado certo. Então deixa como tá, já que se mexer  muito a tendência é piorar" Tiago Teles

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